Babel paulistana https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br Guia de cultura imigrante em São Paulo Mon, 06 Dec 2021 21:37:02 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Imigrantes oferecem delivery de comidas do mundo com playlist de músicas típicas em SP https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/2020/08/03/imigrantes-oferecem-delivery-de-comidas-do-mundo-com-musica-tipica-em-sp/ https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/2020/08/03/imigrantes-oferecem-delivery-de-comidas-do-mundo-com-musica-tipica-em-sp/#respond Mon, 03 Aug 2020 20:32:22 +0000 https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/files/2020/08/WhatsApp-Image-2020-07-28-at-21.15.09-300x215.jpeg https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/?p=263  

 

Um dos pratos servidos no delivery é o kharcho, da Armênia; feito com frango, champignon, batata e lentilha, é acompanhado de arroz com passas, ameixa e amendoim (Foto: Divulgação)

Capitaneado pela refugiada síria Joanna Ibrahim, o projeto Open Taste, que treina cozinheiros refugiados e imigrantes para trabalhar com catering em eventos, se preparava para abrir um restaurante em São Paulo quando veio a pandemia.

Com as restrições ligadas à quarentena, a empresa social adaptou seus planos e lançou, no mês passado, um delivery de comidas do mundo.

A cada dia da semana, é oferecido o cardápio de um país: México às segundas-feiras, Síria às terças, Armênia às quartas, Congo às quintas, Venezuela às sextas e Colômbia aos sábados.

 

A cozinheira síria Salsabil em um dos eventos do Open Taste (Divulgação)

 

 Um detalhe simpático: o cliente ganha o link para uma playlist do país de origem dos chefs, para acompanhar a refeição com músicas típicas.

O Open Taste também criou cursos virtuais para quem quer aprender a fazer em casa alguns dos pratos feitos por imigrantes. Entre as opções, burritos mexicanos, patacones colombianos e tequenhos venezuelanos.

Delivery de comida pelo aplicativo iFood neste link

Cursos online de gastronomia neste link

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Beijo no bloco, camisinha grátis, adulto fantasiado… estrangeiros contam o que estranharam no Carnaval no Brasil https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/2020/02/21/beijo-no-bloco-camisinha-gratis-adulto-fantasiado-estrangeiros-contam-o-que-estranharam-no-carnaval-no-brasil/ https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/2020/02/21/beijo-no-bloco-camisinha-gratis-adulto-fantasiado-estrangeiros-contam-o-que-estranharam-no-carnaval-no-brasil/#respond Fri, 21 Feb 2020 10:00:39 +0000 https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/files/2020/02/samira2-300x215.jpg https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/?p=230 Nas conversas e entrevistas com imigrantes, vira e mexe surge alguma história curiosa relacionada com o Carnaval. Falei com sete deles para saber qual foi a primeira impressão que tiveram sobre a festa no Brasil. Do sírio que caiu num bloco em seu segundo dia no país e deu o primeiro beijo da vida à paquistanesa que achou que fosse um evento religioso —e logo percebeu que estava enganada—, leia os relatos.

“Pensei que fosse uma festa religiosa… até que fui num bloco na República”

Ayesha Saeed, do Paquistão

A paquistanesa Ayesha Saeed (Foto: Bruno Santos/Folhapress)

“Eu não sabia o que era o Carnaval antes de vir para cá. Perguntei pros meus alunos: o que é o Carnaval? Me falaram que era uma festa que acontecia 40 dias antes da Páscoa, que tinha um momento em que não pode comer carne. Pensei: deve ser uma festa bem religiosa, preciso conhecer. Aí eu fui num bloco na República. Nossa, não gostei. Estava muito, muito ruim. Todo mundo bebendo, usando drogas. Só aguentei uma hora. Falei: “quero sair, não consigo respirar” Isso não é pra mim. Depois fui a uns blocos mais família e adorei. Também já fui no Sambódromo e achei muito, muito bonito.”

“Entrei num bloco achando que era manifestação. Ali dei meu primeiro beijo”

Hakam Elyoussef, da Síria

O sírio Hakam Elyoussef no bloco de Carnaval (Foto: Arquivo pessoal)

“Cheguei em fevereiro de 2014, sem saber o que estava acontecendo, sem falar português. No segundo dia aqui, vi um bloco na rua e achei que era manifestação. Dei o primeiro beijo da minha vida. Essa coisa é doida: na Síria, você vê isso no jornal, na série, na novela, mas aqui você se sente vivendo a novela, vivendo a série, vivendo o filme. Lá na minha comunidade na Síria tudo isso, só depois do casamento.”

“Achei curioso que aqui distribuem camisinhas grátis”

Yuhuang Li, da China

“Cheguei no Brasil em fevereiro de 2011. Eu era muito jovem e estava muito curiosa com o Carnaval. Minha primeira impressão foi que os brasileiros são mais abertos sobre sexo do que os chineses, porque fazem distribuição de camisinhas grátis. Isso nunca aconteceu na China. Mas eu acho que é bom para proteger as meninas. Gostei de participar do Carnaval, de dançar com amigos. Foi uma memória maravilhosa. Mas depois de ter filhos, eu preferi ficar em casa porque eles são pequenos ainda.”

“Falaram que eu ia beijar muito por ser estrangeiro; não beijei ninguém”

Rocco Belletti, da Itália

“Deixei tudo pra trás pra vir morar em Salvador com minha namorada. Logo depois que cheguei, a gente se separou. Fiquei muito triste, sem saber o idioma, sem conhecer ninguém. Aí chegou o Carnaval.Todo mundo falou que as pessoas beijam muito, que o pessoal fazia sexo nas ruas, que por ser estrangeiro eu ia arrumar 40, 50 meninas numa noite. Paguei caro por um abadá de dois dias no Chiclete com Banana. Não beijei ninguém. Acho que minha energia não estava boa, eu me sentia tímido naquele momento. Depois fui pra “pipoca” (blocos gratuitos, sem corda) e me diverti mais, beijei umas meninas, comecei a curtir.

Em São Paulo eu tive uma ótima experiência no Sambódromo. Eu não gostava de ver o Carnaval pela TV, mas depois de ir lá, de ver como tem relação com a cultura brasileira, com os afrodescendentes, de ver como escolhem os assuntos… comecei a gostar. Adorei a energia da bateria, foi o que mais me impressionou. Estou gostando muito também de ver o Carnaval de rua crescendo na cidade.”

“O samba parece uma dança do ventre mais rápida”

O sírio Abdo Jarour (Foto: Karime Xavier/Folhapress)

Abdo Jarour, da Síria

Participei umas três vezes de blocos de rua e foi uma experiência totalmente diferente. Você olha no rosto das pessoas e vê que elas estão lá unidas pela felicidade. Todo mundo fica rindo, gritando, cantando, uma coisa muito bonita. Eu acho que o samba parece uma dança do ventre mais rápida, porque também mexe com a região do ventre pra baixo. 

Já o desfile das escolas de samba é como se fosse uma Copa, uma disputa. Eu entendi melhor quando participei. Vi a Gaviões da Fiel, em 2018, e me apaixonei, já que sou corintiano. Este ano vou desfilar pela Unidos do Peruche e já sei que vai ser minha escola pra sempre. Como meu time, o Corinthians. 

“Na Venezuela só as crianças usam fantasias”

Carmen Lopez, da Venezuela

“Na Venezuela geralmente só as crianças usam fantasias. A gente vai para a praia ou descansa em casa, não é nem um quarto do que é a festa aqui. Eu adoro o Carnaval do Brasil porque nos bloquinhos os adultos também se fantasiam, as pessoas são livres, é aquela alegria, aquele amor. E também adoro as escolas de samba. Ano passado desfilei pela Mancha Verde e foi uma sensação muito linda quando começaram os tambores, o samba, a aquela adrenalina. Adorei.”

“Achava que o desfile das escolas de samba era na rua, gratuito”

Samira Nancassa, de Guiné Bissau

Samira Nancassa, de Guiné Bissau (Foto: Arquivo pessoal)

“Eu achava que os desfiles das escolas de samba aconteceriam na rua, como os blocos. Nunca pensei que tinha que pagar para assistir no sambódromo. Mas acabei gostando daquele entusiasmo de todo mundo, da felicidade das pessoas.

Eu não entendia como eles conseguem fazer aqueles figurinos para milhares de pessoas, aquela produção toda. Achava que chegava fevereiro e eles começaram a preparar tudo.  Depois entendi que é um empenho que dura praticamente o ano todo, não é de uma hora para a outra. Acaba o Carnaval e começa toda a rotina de novo pro próximo. Eu não fazia ideia de que era assim.

Gosto dos blocos de rua porque é aquela imagem que a gente sempre teve lá na África de que o Brasil tem o melhor Carnaval do mundo. No meu país também tem Carnaval, mas não é como aqui, que você sente a emoção nos olhos das pessoas.”

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‘Hallaca’: prato símbolo do Natal da Venezuela é especialidade de imigrante em SP https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/2019/12/24/hallaca-prato-simbolo-do-natal-da-venezuela-e-feito-por-imigrante-em-sp/ https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/2019/12/24/hallaca-prato-simbolo-do-natal-da-venezuela-e-feito-por-imigrante-em-sp/#respond Tue, 24 Dec 2019 14:28:54 +0000 https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/files/2019/12/c6bd119c4119ef8e354a96115fcebe736c5b1dca842d80c4f1b628fe1c1827dd_5dd96c2cbcb6f_Easy-Resize.com_-300x215.jpg https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/?p=170 Na Venezuela, além do presépio, da árvore e do Papai Noel, um dos grandes símbolos do Natal é a hallaca: uma massa de milho envolta em folhas de bananeira, parecendo uma pamonha, recheada com um guisado à base de vários ingredientes. Mais do que a comida em si, o ritual do preparo é o mais marcante nesse prato. A tradição é que toda a família se una para prepará-lo, cada um sendo responsável por uma parte do processo. 

A venezuelana Carmen López, uma das muitas imigrantes que vieram recentemente para o Brasil fugindo da crise humanitária, especializou-se em fazer esse prato em São Paulo. 

Formada em administração, ela estudava direito e era gerente-geral de uma grande rede de lojas em seu país. Chegou a São Paulo sozinha, em 2016. Achou que o mercado de trabalho seria mais fácil aqui. Foi atendente de lanchonete e garçonete, até que decidiu viver de fazer hallacas por encomenda. 

Ela conta que a história das hallacas começa na época da colonização espanhola. “Os índios, que se tornaram escravos, pegavam as sobras da comida dos espanhóis, misturavam com uma massa, que na época era de trigo, e envolviam em folha de bananeira. E assim foi evoluindo”, diz.

 

As hallacas vêm embrulhadas em folhas de bananeira (Foto: Nehopelon/Stock.Adobe)

Os recheios que Carmen faz misturam carne de porco, de frango e de boi, verduras diversas e ingredientes como alcaparras e azeitonas. Na hora de comer, basta jogar o embrulhinho em uma panela com água quente, retirar e abrir o envoltório. 

“Você sente esse espírito do Natal, porque todo mundo da família faz junto. Participam a avó, a filha, o neto. Um se encarrega de picar a carne; outro, as verduras; outro, de arrumar as folhas de banana da terra; o outro amarra a linha, e por aí vai. É algo que você lembra por toda a vida.”

No caso dela, essa magia natalina dura o ano todo. A venezuelana entrega os pedidos em estações de metrô e também faz comida para eventos. 

Você pode conhecer outros venezuelanos que vendem comida típica em São Paulo neste link.

Carmen López- Hallaca Yo
facebook.com/hallacayo.comida
(11) 98768-7893

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Conheça refugiados que fazem comida por encomenda para Natal e Ano-Novo https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/2019/12/18/refugiados-fazem-comida-por-encomenda-para-natal-e-ano-novo-conheca-8/ https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/2019/12/18/refugiados-fazem-comida-por-encomenda-para-natal-e-ano-novo-conheca-8/#respond Wed, 18 Dec 2019 15:31:44 +0000 https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/files/2019/12/razancomidaarabe-300x215.jpg https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/?p=139 Pastinhas sírias ou pãezinhos paquistaneses para as entradas da ceia de Natal? Torta venezuelana de sobremesa? Finger food peruana para a festa de Ano-Novo? Quem quiser variar o cardápio das festas de fim de ano pode encomendar comida de alguns dos muitos refugiados e imigrantes que recorreram à culinária para recomeçar a vida no Brasil. Veja oito opções em São Paulo.

Razan Comida Árabe

Kibe recheado (Foto: Divulgação/Razan Comida Árabe)

No Brasil desde 2014, a síria Razan Suliman faz por encomenda salgados, pastas como homus e coalhada e pratos como a carne no molho de coalhada e o arroz com carne, berinjela e amêndoas. O cardápio também tem os tradicionais doces sírios, como o ninho de nozes e de pistache.

facebook.com/razancomidaarabe/
Tel. (11) 99880-8496 

Hallaca Yo

A venezuelana Carmen Lopez com as hallacas (Foto: Rubens Cavallari/Folhapress)

A venezuelana Carmen Lopez se especializou em um prato de Natal venezuelano, a hallaca: massa de milho recheada e envolta em folhas de bananeira que pode vir com vários recheios (frango, porco, carne vermelha, verduras, abacate, queijo etc.). Ela também faz por encomenda outro quitute natalino de seu país, o pan de jamón —pão recheado de presunto, passas e azeitonas.

facebook.com/hallacayo.comida
(11) 98768-7893

Omaysh Comida do Paquistão

Pratos paquistaneses do Omaysh (Foto: Divulgação)

No Brasil desde 2016, a paquistanesa Ayesha Saeed vende por encomenda pratos da culinária de seu país e da Índia. Entre as opções, samosa de legumes (espécie de pastel típico) com molhos orientais, pães paquistaneses assados na hora e carne de boi, frango ou carneiro lentamente cozida com ossobuco em especiarias. Há pratos pouco ou nada apimentados e opções para veganos e vegetarianos, como o veg curry.

instagram.com/comidadopaquistao/
(11) 94299-4130

Limar Comida Árabe

Os sírios Omar Suleibi e Kenanh Neimi, que fazem pratos por encomenda (Ronny Santos/Folhapress)

O negócio foi batizado com o nome da filha do sírio Omar Suleibi, que é de Damasco e está no Brasil há cinco anos. Entre as opções do cardápio, há clássicos como tabule, esfihas, kibe cru e kafta, além de sanduíches, sopa de lentilhas e o Limar Prato Especial, feito com frango e vegetais.

instagram.com/limarcomidaarabe/
(11) 94897-4258

Cena

Ceviche feito pelo peruano Victor Lopez (Foto: Divulgação)

A celebrada culinária peruana pode ser encomendada do cozinheiro Victor Lopez, que vive no Brasil desde 2014. Entre as opções, na forma de pratos ou finger food, há ceviche clássico ou vegetariano (de beterraba, pepino e avocado), salada de três quinoas com tangerina e causa com tartar de peixe do dia com maionese de ervas frescas. Ele também trabalha como personal chef e oferece vale-aulas de culinária como presente.

facebook.com/cenacozinha/
instagram.com/
cenacozinha
Tel. (11) 97572-5421

Tentaciones da Venezuela

O pan de jamón (pão de presunto) é típico do Natal venezuelano (Foto: Divulgação/Tentaciones da Venezuela)

Moradora de São Caetano, a venezuelana Yilmari de Perdomo faz pratos típicos como pernil ou frango temperado, pão de presunto, hallacas (massa de milho recheada) e salada de frango com batata, maçã e cenoura. De sobremesa, torta negra de Natal (feita com castanhas, uísque e frutas cristalizadas) e doce de papaia verde.

facebook.com/tentacionesdavenezuela/
Tel.
(11) 94932-7060

Talal Culinária Síria

Comidas feitas por Talal Al Tinawi (Foto: Divulgação)

A família do sírio Talal Al Tinawi, que já teve um restaurante na zona sul, hoje trabalha com comida para entrega e almoços e jantares organizados em sua casa. Os pratos podem ser encomendados separadamente ou em pacotes com um preço fechado por pessoa. Salgados como esfiha e kibe vêm também na versão mini.

facebook.com/talalculinariasiria
instagram.com/talal_culinaria_siria/

Tel. (11) 96622-1305

Nossa Janela

Arepa, feita com milho, é típica da Venezuela (Foto: Karime Xavier/Folhapress)

Os venezuelanos Carlos Escalona e Marifer Vargas fazem sanduíches orgânicos, arepas (discos de farinha de milho recheados) e outros pratos para eventos e por encomenda. Para o Natal, oferecem o pan de jamón (pão de presunto) e a torta negra, dois quitutes típicos desta época do ano em seu país.

facebook.com/nossajanelasp/
instagram.com/nossajanelasp/
(Tel. (11) 94646-9511 

 

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Refugiados contam histórias árabes e venezuelanas em biblioteca de SP https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/2019/12/09/refugiados-contam-historias-arabes-e-venezuelanas-em-biblioteca-de-sp/ https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/2019/12/09/refugiados-contam-historias-arabes-e-venezuelanas-em-biblioteca-de-sp/#respond Mon, 09 Dec 2019 13:55:22 +0000 https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/files/2019/12/Rawa-Alsagheer-Crédito-Pedro-Villa-20A6721-1_Easy-Resize.com-1-300x215.jpg https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/?p=99 Nascida na Síria e filha de palestinos, Rawa Alsagheer organizava festas, filmes e atividades para crianças no campo de refugiados onde vivia, no país do Oriente Médio. Jornalista, Raul Siccalona chefiou a Cinemateca Nacional da Venezuela, foi diretor de teatro, TV e cinema e pesquisador de teatro terapêutico e música.  

A guerra e a crise econômica humanitária trouxeram Rawa e Raul para o Brasil. Aqui, encontraram uma oportunidade de seguir trabalhando com cultura em São Paulo. Ambos participam do projeto Deslocamento Criativo, da brasileira Maria Nilda Santos, que reúne imigrantes que atuam com economia criativa na cidade.

Uma das atividades do projeto é a contação de histórias. Nesta terça (10), eles se apresentarão às 17h30 na Biblioteca Alceu Amoroso Lima, em Pinheiros: Rawa contará histórias árabes adaptadas por escritores brasileiros e Raul, histórias venezuelanas. 

A atividade é parte do Seminário Municipal de Bibliotecas Públicas, que começou nesta segunda (9) e vai até quarta (11). Na terça, além da contação de histórias, haverá a intervenção cultural Sarau dos Refugiados, às 9h30, e a mesa temática Refúgios Diversos, com a participação de Maria Nilda.

Biblioteca Alceu Amoroso Lima (r. Henrique Schaumann, 777, Pinheiros, São Paulo); ter (10), às 9h30 (Sarau dos Refugiados), às 13h (Refúgios Diversos) e às 17h30 (Contação de Histórias)

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‘Catering cultural’: empresas contratam chefs imigrantes para eventos de fim de ano https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/2019/11/29/catering-cultural-empresas-contratam-buffets-de-imigrantes-para-eventos-de-fim-de-ano/ https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/2019/11/29/catering-cultural-empresas-contratam-buffets-de-imigrantes-para-eventos-de-fim-de-ano/#respond Fri, 29 Nov 2019 10:30:25 +0000 https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/files/2019/11/raizes_na_cidade_junho_2019-25_Easy-Resize.com_-300x215.jpg https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/?p=85 Empresas que querem dar um toque multicultural aos eventos de fim de ano podem contratar um tipo diferente de buffet para seus eventos: comidas do mundo feitas por imigrantes.

Há vários estrangeiros que oferecem esse tipo de serviço em São Paulo. Alguns já trabalhavam como cozinheiros em seus países; outros recorreram à culinária típica e a receitas de família como uma forma de recomeçar a vida por aqui.

A ONG Migraflix reuniu um grupo deles em um serviço que foi batizado de “catering cultural”. Os imigrantes recebem treinamento profissional em gastronomia, legislação, normas de higiene, educação financeira e outras competências de empreendedorismo. 

Uma equipe da organização cuida da logística e do controle de qualidade. “Trabalhamos com empresas grandes, muitas delas multinacionais, que exigem um serviço de alto padrão”, diz Jonathan Berezovsky, fundador e diretor da Migraflix e ele próprio um imigrante –nascido na argentina. Companhias como Facebook, Uber, Roche e Western Union já contrataram o serviço. 

Atualmente, o ‘catering cultural’ inclui em seu cadastro 16 chefs de nove países. Tem arepas venezuelanas (escrevi uma reportagem sobre esse tipo de comida aqui), quitutes sírios, ceviche peruano, além de opções da Bolívia, Colômbia, Índia, México, Paquistão e Uganda. Dependendo da quantidade de participantes, dá para contratar comidas de mais de um país em um mesmo evento.

O diferencial, diz Jonathan, é a possibilidade de interação dos imigrantes com os convidados. São eles que servem as comidas e podem conversar com quem se interessar em saber mais sobre sua história. “É toda uma experiência, uma viagem pelo mundo experimentando sabores e um compartilhamento cultural”, afirma.  

Segundo ele, a demanda aumenta no fim do ano,  principalmente para eventos grandes, para mais de cem pessoas. No ano que vem, o plano é expandir dentro e fora de São Paulo e começar a oferecer o serviço em outras capitais.

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Biblioteca Mário de Andrade terá ‘sarau dos migrantes’ neste sábado https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/2019/11/28/biblioteca-mario-de-andrade-tera-sarau-dos-migrantes-neste-sabado/ https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/2019/11/28/biblioteca-mario-de-andrade-tera-sarau-dos-migrantes-neste-sabado/#respond Thu, 28 Nov 2019 16:00:45 +0000 https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/files/2019/11/WhatsApp-Image-2019-11-26-at-15.41.33-300x215.jpeg https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/?p=75 Em Aleppo, na Síria, Abdulbaset Jarour estudava administração e tinha uma loja de eletrônicos. Em São Paulo, para onde veio em 2014 após ser ferido na guerra, tornou-se um agitador cultural. Abdu, como é conhecido, faz palestras em Sescs e em escolas infantis, dá consultorias para filmes e organiza a Copa dos Refugiados — torneio de futebol entre times de imigrantes que é realizado anualmente em várias cidades brasileiras.

Há cinco meses, ele começou uma nova empreitada: o Sarau dos Migrantes, que promove apresentações de artistas de vários países em espaços públicos e privados.  

O grupo tem instrumentistas, cantores, pessoas que declamam poemas e dançarinos. O nome “migrantes”, sem o “i” no começo, não é à toa: há também brasileiros, e não só gente de fora do país, nas apresentações. “Queria misturar brasileiros e estrangeiros usando a linguagem da arte, que é universal”, diz. “Qual país do mundo não gosta de música e de poesia?”.  

A próxima apresentação será na tarde deste sábado (30), na Biblioteca Mario de Andrade, aberta ao público e gratuita.

Dez pessoas se apresentarão desta vez. Entre elas, um sírio que toca o instrumento típico alaúde, um músico e uma dançarina congoleses e uma cantora venezuelana. 

Sarau dos Migrantes – Biblioteca Mario de Andrade ( r. da Consolação, 94, República, São Paulo). Tel. (11) 3775-0002. Sáb. (30), das 16h às 17h30. Grátis. 

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Artesanato de indígenas venezuelanas estará à venda em museu de São Paulo https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/2019/11/06/artesanato-de-indigenas-venezuelanas-estara-a-venda-em-museu-de-sao-paulo/ https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/2019/11/06/artesanato-de-indigenas-venezuelanas-estara-a-venda-em-museu-de-sao-paulo/#respond Wed, 06 Nov 2019 04:00:06 +0000 https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/files/2019/11/20191105_173442-300x215.jpg https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/?p=14 Não é à toa que os indígenas venezuelanos da etnia warao chamam o buriti de “árvore da vida”. Nativa da Amazônia dos dois lados da fronteira, a palmeira fornece matéria-prima para uma infinidade de usos: a medula do tronco é transformada em farinha; o fruto é consumido puro, como suco ou vinho; as larvas são consideradas uma iguaria e viram manteiga com fins medicinais; a madeira é utilizada para construir pisos e telhados de casas.

As fibras do buriti também são muito bem aproveitadas: nas hábeis mãos dos warao, elas viram cestos, bolsas, vasos, redes e bandejas, entre outros objetos.

A partir desta semana, quem mora em São Paulo poderá ver de perto e até levar para casa o artesanato que resulta desse saber ancestral. Na quinta-feira (7), será inaugurada no Museu A CASA, em Pinheiros, a exposição “Ojidu- Árvore da Vida Warao”, com cerca de 200 peças feitas por indígenas venezuelanos que vivem em Roraima.

Todos os objetos estarão à venda. “Apareçam cedo para garantir sua rede, provavelmente a melhor do mundo”, recomenda meu colega Fabiano Maisonnave, correspondente da Folha em Manaus, que é dono de quatro redes warao e, por um ano, só dormiu em uma delas. Ele também é autor de reportagem do ano passado sobre as dificuldades vividas pelos indígenas para fazer seu artesanato no Brasil.

Segundo maior povo indígena da Venezuela, os warao —nome que significa “povo da água”— foram obrigados a migrar, como tantos conterrâneos, fugindo da crise em seu país. Desde 2016, cerca de 4.500 deles vieram para o Brasil, estabelecendo-se especialmente em Roraima, Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí e Ceará.

Duas artesãs virão para São Paulo participar de um bate-papo e um workshop na sexta (8), das 15h às 17h. Marcelina Bermudez e Hermínia Nuñes vivem no abrigo indígena de Pintolândia, em Boa Vista, e fazem parte de um grupo de 33 mulheres que vivem do artesanato do buriti.

Conversei com Marcelina por telefone, antes da viagem. Ela tem 50 anos e mora no Brasil desde 2018, com quatro dos seis filhos e seis dos 11 netos. O motivo que a trouxe para cá é o mesmo que fez tantos venezuelanos deixarem tudo para trás: “Minha família estava morrendo por falta de remédios, de comida. Precisava continuar adiante, trabalhar, manter quem sobrou”, contou.

Natural do Delta Amacuro, estado venezuelano que concentra a maioria dos warao, Marcelina aprendeu a fazer artesanato com a mãe, aos oito anos. Ela explica que existe todo um processo de preparação para transformar a árvore em arte. É preciso cortar os brotos, separar as fibras, cozinhá-las, lavá-las e secá-las ao sol, para só então começar a tecer.

“Devo ao buriti tudo o que eu tenho”, diz Marcelina, que está animada para sua primeira viagem a São Paulo. “Peço a Deus que a gente se saia bem lá.”

A exposição é uma parceria do museu com a agência da ONU para refugiados (Acnur), o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), a ONG Fraternidade- Federação Humanitária Internacional (FFHI), a União Europeia e o governo federal.

Ojidu-Árvore da Vida Warao – Museu A CASA do Objeto Brasileiro, av. Pedroso de Morais, 1.216, Pinheiros, São Paulo, tel.  3814-9711, www.acasa.org.br. Até 20/12. Livre. Abertura qui. (7) das 19h às 22h. Bate-papo e workshop com artesãs: sex. (8), inscrições em eventos2@acasa.com.br. Grátis.

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