Babel paulistana https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br Guia de cultura imigrante em São Paulo Mon, 06 Dec 2021 21:37:02 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Sem aulas na guerra síria, ela bordava para passar o tempo; agora, vende suas peças no Brasil https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/2020/08/19/sem-aulas-na-guerra-siria-ela-bordava-para-passar-o-tempo-agora-vende-suas-pecas-no-brasil/ https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/2020/08/19/sem-aulas-na-guerra-siria-ela-bordava-para-passar-o-tempo-agora-vende-suas-pecas-no-brasil/#respond Wed, 19 Aug 2020 18:37:09 +0000 https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/files/2020/08/WhatsApp-Image-2020-08-19-at-11.37.17-300x215.jpeg https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/?p=269 No início da guerra da Síria, em 2011, Rahaf Hussin, 23, então adolescente, passou um ano sem ir à escola. Em casa o dia todo, sem energia elétrica nem internet, começou a bordar junto com a mãe para passar o tempo. 

“Foram dias difíceis, mas ela me ensinou uma coisa bonita. Bordávamos com a luz do sol ou com a luz de velas”, conta ela.

No Brasil, onde vive há três anos, os bordados que Rahaf antes fazia por hobby ou para presentear amigos e familiares se converteram em meio de vida.

“Não consigo trabalhar fora de casa por causa das condições atuais e também porque tenho uma filha pequena. Então decidi começar meu pequeno projeto pessoal”, diz. 

Rahaf é palestina, como seus pais e avós, e faz um ponto de bordado típico de lá. A técnica inclui estampas, cores e formas específicas de cada região ou com significados diferentes. 

“O bordado é uma herança dos nossos avós, que enfeitavam suas próprias roupas e os móveis da casa”, explica Rahaf, acrescentando que, com o passar dos anos e o surgimento das oficinas de costura, tornou-se algo raro. “Hoje há pouquíssimas pessoas que ainda fazem o bordado porque é um trabalho difícil e exige esforço, mas muita gente gosta de comprá-lo como algo valioso, um patrimônio”, completa.

Marcador de livro bordado por Rahaf (Foto: Divulgação/Artes do Patrimônio)

 

Ela batizou seu negócio de Artes do Patrimônio. Entre as peças que vende, há bolsas, marcadores de livros, necessaires, quadros, roupas, almofadas, chaveiros, colares e lembrancinhas de casamento e nascimento de bebês. As entregas podem ser feitas pessoalmente, em São Paulo, ou pelo correio. 

Artes do Patrimônio: FacebookInstagram; (11) 97749-6686; rahafraame@gmail.com

]]>
0
Após realizar sonho do restaurante próprio em SP, chef refugiado luta para não fechar na crise https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/2020/07/21/apos-realizar-sonho-do-restaurante-proprio-em-sp-chef-refugiado-luta-para-nao-fechar-na-crise/ https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/2020/07/21/apos-realizar-sonho-do-restaurante-proprio-em-sp-chef-refugiado-luta-para-nao-fechar-na-crise/#respond Tue, 21 Jul 2020 19:05:05 +0000 https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/files/2020/07/b06cadf650fdd99ffbaacee7f95728e30a6993bcaa4700c7509f57cd721ab4c6_5e19e55757507_Easy-Resize.com_.jpg https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/?p=251 Este blog é uma agenda cultural, e por isso ficou difícil alimentá-lo após o cancelamento dos eventos presenciais durante a pandemia. Mesmo com a reabertura parcial recente do comércio em São Paulo, o cenário de shows, feiras gastronômicas e oficinas culturais continua restrito. 

Mas considero que também é o momento de dar visibilidade ao trabalho dos imigrantes que atuam na área de cultura, gastronomia ou outras atividades criativas e que estão buscando alternativas para manter a renda nesse período de isolamento social —delivery de comida, aulas virtuais de dança ou gastronomia, confecção de máscaras e cursos de idiomas online são algumas opções.

O Al Mazen, que fica na Vila Madalena e agora trabalha com delivery (Foto: Keiny Andrade/Folhapress)

 

Diferentemente de muitos refugiados que só começaram a trabalhar com comida ao chegar ao Brasil, Mazen já atuava na área antes de migrar: é formado em gastronomia e tinha um restaurante em Damasco, que foi bombardeado.

Localizado na Vila Madalena e aberto no fim do ano passado, o Al Mazen foi inaugurado no fim do ano passado, servindo uma saborosa comida do Oriente Médio no buffet de almoço e à la carte no jantar, além de drinques típicos e aluguel de narguilés para fumar na área externa. 

Em março, poucos meses após sua inauguração, o Al Mazen teve que fechar por causa da pandemia. Reabriu no último dia 6 de julho, após a autorização do governo do estado para que esse tipo de estabelecimento funcionasse das 11h às 17h. 

Depois de dez dias, porém, foi preciso suspender novamente o atendimento presencial. “Não tem ninguém na rua”, explica Mazen. “Muitos clientes eram funcionários de empresas da região, mas elas estão fechadas, todo mundo está trabalhando de casa. E quem quisesse vir após o trabalho não podia entrar por causa da limitação de horário. Estávamos levando muito prejuízo e ficou difícil para a gente manter.” O estabelecimento tem oito funcionários.

O restaurante trabalha com delivery todos os dias, das 18h às 2h. Dá para pedir pelo iFood, Uber Eats e Rappi, e também para retirar no local. 

O cardápio oferece em kebabs, churrasco árabe completo, kafta, falafel e salgados como esfihas e kibes, entre outras opções. Há também um prato do dia, com uma carne típica acompanhada de arroz sírio ou com lentilha, uma salada como tabule ou fatuche e uma pasta como homus, babaganoush ou coalhada seca. 

 

O chef Mazen Zwawe, que nasceu na Síria e tem nacionalidade palestina (Foto: Divulgação)

 

Mazen chegou a São Paulo sem conhecer ninguém e com US$ 100 no bolso. Vendeu água na rua e comida em food parks e foi responsável pela cozinha do Al Janiah, popular bar palestino no Bexiga.

Agora, ele espera não ter que abrir mão do sonho que demorou seis anos para alcançar. “Quando as coisas voltarem ao normal, tento reabrir de novo. Tomara que a gente consiga manter.”

Al Mazen. Delivery pelo tel. (11) 94962-2037 ou pelos links: iFood , Rappi e Uber Eats; https://www.facebook.com/chefemazen

]]>
0
Refugiados contam histórias árabes e venezuelanas em biblioteca de SP https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/2019/12/09/refugiados-contam-historias-arabes-e-venezuelanas-em-biblioteca-de-sp/ https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/2019/12/09/refugiados-contam-historias-arabes-e-venezuelanas-em-biblioteca-de-sp/#respond Mon, 09 Dec 2019 13:55:22 +0000 https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/files/2019/12/Rawa-Alsagheer-Crédito-Pedro-Villa-20A6721-1_Easy-Resize.com-1-300x215.jpg https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/?p=99 Nascida na Síria e filha de palestinos, Rawa Alsagheer organizava festas, filmes e atividades para crianças no campo de refugiados onde vivia, no país do Oriente Médio. Jornalista, Raul Siccalona chefiou a Cinemateca Nacional da Venezuela, foi diretor de teatro, TV e cinema e pesquisador de teatro terapêutico e música.  

A guerra e a crise econômica humanitária trouxeram Rawa e Raul para o Brasil. Aqui, encontraram uma oportunidade de seguir trabalhando com cultura em São Paulo. Ambos participam do projeto Deslocamento Criativo, da brasileira Maria Nilda Santos, que reúne imigrantes que atuam com economia criativa na cidade.

Uma das atividades do projeto é a contação de histórias. Nesta terça (10), eles se apresentarão às 17h30 na Biblioteca Alceu Amoroso Lima, em Pinheiros: Rawa contará histórias árabes adaptadas por escritores brasileiros e Raul, histórias venezuelanas. 

A atividade é parte do Seminário Municipal de Bibliotecas Públicas, que começou nesta segunda (9) e vai até quarta (11). Na terça, além da contação de histórias, haverá a intervenção cultural Sarau dos Refugiados, às 9h30, e a mesa temática Refúgios Diversos, com a participação de Maria Nilda.

Biblioteca Alceu Amoroso Lima (r. Henrique Schaumann, 777, Pinheiros, São Paulo); ter (10), às 9h30 (Sarau dos Refugiados), às 13h (Refúgios Diversos) e às 17h30 (Contação de Histórias)

]]>
0