Babel paulistana https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br Guia de cultura imigrante em São Paulo Mon, 06 Dec 2021 21:37:02 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Filha de gregos, arquiteta guia tour pelo Bom Retiro gastronômico e histórico https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/2021/11/24/arquiteta-filha-de-gregos-guia-tour-pelo-bom-retiro-gastronomico-e-historico/ https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/2021/11/24/arquiteta-filha-de-gregos-guia-tour-pelo-bom-retiro-gastronomico-e-historico/#respond Wed, 24 Nov 2021 16:13:28 +0000 https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/files/2021/11/WhatsApp-Image-2021-11-22-at-12.24.23-3-300x215.jpeg https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/?p=378 Arquiteta com pós-doutorado na USP, Stamatia Koulioumba pesquisa há anos a história e os edifícios do Bom Retiro. Para além da questão técnica, porém, ela tem uma relação pessoal com seu objeto de estudo: filha de gregos, nasceu, foi criada e ainda vive no bairro conformado por diversas comunidades imigrantes no centro de São Paulo, onde conhece alguns comerciantes e moradores desde sua infância. 

Dona de uma agência de tours especializados chamada Sob Olhares SP, Stamatia juntou essas duas experiências para criar o roteiro Bom Retiro Arquitetônico e Gastronômico, no qual leva visitantes para conhecer ruas, edifícios e comércios icônicos da região.

Miki e Davi, donos da doceria Burikita, no Bom Retiro (Foto: Rubens Cavallari/Folhapress)

O passeio a pé dura cerca de três horas e é guiado por informações históricas, arquitetônicas e culturais. Entre os pontos de parada, estão uma doceria iugoslava, uma igreja centenária, um centro cultural judaico, um restaurante grego, um café premiado, um mercado coreano e uma antiga vila operária que hoje é habitada por imigrantes latino-americanos.

 

Colégio de Santa Inês, no Bom Retiro (Foto: Rubens Cavallari/Folhapress)

Enquanto guia os visitantes, Stamatia é cumprimentada por conhecidos na rua –um deles brinca que ela é praticamente uma “embaixadora” do bairro.

O próximo tour será neste sábado (27), às 14h, e custa R$ 50 por pessoa.

Inscrições pelo email kouli@uol.com.br ou via direct no Instagram @sobolharessp.

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Refugiado sírio vende pela internet zaatar caseiro, tempero do Oriente Médio https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/2021/07/30/refugiado-sirio-vende-pela-internet-zaatar-caseiro-tempero-do-oriente-medio/ https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/2021/07/30/refugiado-sirio-vende-pela-internet-zaatar-caseiro-tempero-do-oriente-medio/#respond Fri, 30 Jul 2021 20:19:44 +0000 https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/files/2021/07/WhatsApp-Image-2021-07-30-at-17.14.55-300x215.jpeg https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/?p=314 Tomilho, em árabe, se chama zaatar. É essa planta a base do tempero de mesmo nome, um dos mais essenciais da culinária sírio-libanesa. 

Sem conseguir encontrar zaatar de qualidade com bom preço em São Paulo, o sírio Husam Hazimeh, 31, decidiu fazer o seu próprio. Recorreu à receita do pai, que tem um restaurante em Guarulhos, onde eles moram desde 2014, depois que chegaram ao Brasil como refugiados de guerra.

Surgiu então o Zatar Verde, produto feito por ele, embalado e vendido por atacado, para restaurantes, e também em porções menores, para o consumidor final (de 125 g, R$ 30, e 250 g, R$ 50). O nome é uma referência a um dos tipos do tempero. O outro é o zaatar negro, feito com melado de romã, em vez de sumac, como no caso do verde.

O sírio Husam Hazimeh, que criou o Zatar Verde (foto: Divulgação)

O sumac usado por Husam vem do Líbano e é outro ingrediente fundamental do zaatar. “É ele que vai dar um sabor azedo natural e fresco. Não é igual ao do ácido cítrico, que é químico e faz mal para o estômago”, diz. “Aqui tem sumac, mas não tem muito sabor, apenas cor, não fica gostoso e é muito caro.”

Husam conta que o zaatar foi inventado no campo, para conservar ervas para serem consumidas no inverno. “Ele reflete a resistência do povo, pois é uma comida que tem muito valor nutricional. Leva gergelim, farinha de grão de bico e de rosca, sal. Pode ter coentro, pistache quebrado, até coco ralado, mas aí fica mais doce. Alguns gostam de colocar orégano também, para amplificar o sabor do tomilho, que é uma planta da mesma família.”

O zaatar é consumido tradicionalmente com pão sírio e azeite ou na famosa esfiha com esse sabor. Também pode ser adicionado a carnes e ao molho de saladas, entre outros pratos, e entra no preparo do queijo árabe chancliche.

“Todo restaurante na Síria tem zaatar. O legal é que o zaatar de Damasco é diferente do de Aleppo, por exemplo. Em Aleppo é mais comum o zaatar negro. O verde tem mais na Palestina, no sul do Oriente Médio”, conta Husam.

Ele conta que partiu da receita do pai para testar combinações diferentes, até chegar à que ele vende hoje. “Minha mãe fala até que eu consegui melhorar um pouquinho a receita original”, diz, rindo. 

No Instagram do Zatar Verde, ele dá dicas de consumo. O produto pode ser enviado para qualquer cidade do Brasil.

Zatar Verde: zatar-verde.goomer.app e www.instagram.com/zatarverde

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SP ganha delivery de comidas africanas feitas por imigrantes https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/2021/07/19/sp-ganha-delivery-de-comida-africana-feita-por-imigrantes/ https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/2021/07/19/sp-ganha-delivery-de-comida-africana-feita-por-imigrantes/#respond Mon, 19 Jul 2021 21:48:07 +0000 https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/files/2021/07/WhatsApp-Image-2021-07-19-at-18.17.39-300x215.jpeg https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/?p=303 Das muitas culinárias do mundo disponíveis em São Paulo, a dos imigrantes africanos é uma das menos difundidas. Uma chance de conhecer pratos de países como República Democrática do Congo, Angola e Costa do Marfim é acompanhar a programação do Espaço Wema (@espacowema no Instagram), um delivery de comida típica preparada por refugiados e imigrantes vindos desse continente. 

Nesta quarta (21) é a vez do Senegal, e quem cozinhará é o estilista autodidata Cheikh Gaye Seck, dono de uma loja de moda, artesanato e outros artigos africanos na praça da República.

 

O thiébou guinar, prato típico do Senegal (Foto: Salim Mhanna/Divulgação)

 

O prato é o thiébou guinar senegalês (frango ao molho com cenoura, repolho branco, mandioca, berinjela e tomate, acompanhado de arroz, hortaliças e especiarias). Há uma versão vegana —o projeto sempre oferece opção para quem não come produtos de origem animal.

Idealizado pela congolesa Hortense Mbuyi junto com a plataforma Deslocamento Criativo, que conecta refugiados e imigrantes à economia criativa na cidade, o projeto foi nomeado com uma palavra na língua suaíli: wema significa “bondade”.

Os jantares são preparados uma ou duas vezes ao mês na Ocupação 9 de Julho, no centro, e oferecidos sempre às quartas-feiras, ao preço de R$35 por prato, mais a taxa de entrega.

O senegalês Cheikh Gaye Seck, que preparará o prato desta quarta

 

A partir de agora, será possível agendar também uma experiência presencial para grupos de até 20 pessoas, na ocupação ou em residências, empresas e outros espaços. Será uma degustação com a história da comida e do país de origem do chef.

Para o delivery desta semana, é preciso reservar o pedido até as 12h do dia 21 (quarta), neste link.

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Imigrantes oferecem delivery de comidas do mundo com playlist de músicas típicas em SP https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/2020/08/03/imigrantes-oferecem-delivery-de-comidas-do-mundo-com-musica-tipica-em-sp/ https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/2020/08/03/imigrantes-oferecem-delivery-de-comidas-do-mundo-com-musica-tipica-em-sp/#respond Mon, 03 Aug 2020 20:32:22 +0000 https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/files/2020/08/WhatsApp-Image-2020-07-28-at-21.15.09-300x215.jpeg https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/?p=263  

 

Um dos pratos servidos no delivery é o kharcho, da Armênia; feito com frango, champignon, batata e lentilha, é acompanhado de arroz com passas, ameixa e amendoim (Foto: Divulgação)

Capitaneado pela refugiada síria Joanna Ibrahim, o projeto Open Taste, que treina cozinheiros refugiados e imigrantes para trabalhar com catering em eventos, se preparava para abrir um restaurante em São Paulo quando veio a pandemia.

Com as restrições ligadas à quarentena, a empresa social adaptou seus planos e lançou, no mês passado, um delivery de comidas do mundo.

A cada dia da semana, é oferecido o cardápio de um país: México às segundas-feiras, Síria às terças, Armênia às quartas, Congo às quintas, Venezuela às sextas e Colômbia aos sábados.

 

A cozinheira síria Salsabil em um dos eventos do Open Taste (Divulgação)

 

 Um detalhe simpático: o cliente ganha o link para uma playlist do país de origem dos chefs, para acompanhar a refeição com músicas típicas.

O Open Taste também criou cursos virtuais para quem quer aprender a fazer em casa alguns dos pratos feitos por imigrantes. Entre as opções, burritos mexicanos, patacones colombianos e tequenhos venezuelanos.

Delivery de comida pelo aplicativo iFood neste link

Cursos online de gastronomia neste link

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Após realizar sonho do restaurante próprio em SP, chef refugiado luta para não fechar na crise https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/2020/07/21/apos-realizar-sonho-do-restaurante-proprio-em-sp-chef-refugiado-luta-para-nao-fechar-na-crise/ https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/2020/07/21/apos-realizar-sonho-do-restaurante-proprio-em-sp-chef-refugiado-luta-para-nao-fechar-na-crise/#respond Tue, 21 Jul 2020 19:05:05 +0000 https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/files/2020/07/b06cadf650fdd99ffbaacee7f95728e30a6993bcaa4700c7509f57cd721ab4c6_5e19e55757507_Easy-Resize.com_.jpg https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/?p=251 Este blog é uma agenda cultural, e por isso ficou difícil alimentá-lo após o cancelamento dos eventos presenciais durante a pandemia. Mesmo com a reabertura parcial recente do comércio em São Paulo, o cenário de shows, feiras gastronômicas e oficinas culturais continua restrito. 

Mas considero que também é o momento de dar visibilidade ao trabalho dos imigrantes que atuam na área de cultura, gastronomia ou outras atividades criativas e que estão buscando alternativas para manter a renda nesse período de isolamento social —delivery de comida, aulas virtuais de dança ou gastronomia, confecção de máscaras e cursos de idiomas online são algumas opções.

O Al Mazen, que fica na Vila Madalena e agora trabalha com delivery (Foto: Keiny Andrade/Folhapress)

 

Diferentemente de muitos refugiados que só começaram a trabalhar com comida ao chegar ao Brasil, Mazen já atuava na área antes de migrar: é formado em gastronomia e tinha um restaurante em Damasco, que foi bombardeado.

Localizado na Vila Madalena e aberto no fim do ano passado, o Al Mazen foi inaugurado no fim do ano passado, servindo uma saborosa comida do Oriente Médio no buffet de almoço e à la carte no jantar, além de drinques típicos e aluguel de narguilés para fumar na área externa. 

Em março, poucos meses após sua inauguração, o Al Mazen teve que fechar por causa da pandemia. Reabriu no último dia 6 de julho, após a autorização do governo do estado para que esse tipo de estabelecimento funcionasse das 11h às 17h. 

Depois de dez dias, porém, foi preciso suspender novamente o atendimento presencial. “Não tem ninguém na rua”, explica Mazen. “Muitos clientes eram funcionários de empresas da região, mas elas estão fechadas, todo mundo está trabalhando de casa. E quem quisesse vir após o trabalho não podia entrar por causa da limitação de horário. Estávamos levando muito prejuízo e ficou difícil para a gente manter.” O estabelecimento tem oito funcionários.

O restaurante trabalha com delivery todos os dias, das 18h às 2h. Dá para pedir pelo iFood, Uber Eats e Rappi, e também para retirar no local. 

O cardápio oferece em kebabs, churrasco árabe completo, kafta, falafel e salgados como esfihas e kibes, entre outras opções. Há também um prato do dia, com uma carne típica acompanhada de arroz sírio ou com lentilha, uma salada como tabule ou fatuche e uma pasta como homus, babaganoush ou coalhada seca. 

 

O chef Mazen Zwawe, que nasceu na Síria e tem nacionalidade palestina (Foto: Divulgação)

 

Mazen chegou a São Paulo sem conhecer ninguém e com US$ 100 no bolso. Vendeu água na rua e comida em food parks e foi responsável pela cozinha do Al Janiah, popular bar palestino no Bexiga.

Agora, ele espera não ter que abrir mão do sonho que demorou seis anos para alcançar. “Quando as coisas voltarem ao normal, tento reabrir de novo. Tomara que a gente consiga manter.”

Al Mazen. Delivery pelo tel. (11) 94962-2037 ou pelos links: iFood , Rappi e Uber Eats; https://www.facebook.com/chefemazen

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Mercado de Pinheiros terá feira de chefs imigrantes neste sábado https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/2020/01/24/mercado-de-pinheiros-tera-feira-de-chefs-imigrantes-neste-sabado/ https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/2020/01/24/mercado-de-pinheiros-tera-feira-de-chefs-imigrantes-neste-sabado/#respond Fri, 24 Jan 2020 14:45:27 +0000 https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/files/2020/01/mercadopinheiros1-300x215.jpg https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/?p=202 Quando o Mercado Municipal de Pinheiros foi inaugurado, onde hoje fica a avenida Brigadeiro Faria Lima, em 1910, São Paulo recebia um grande fluxo migratório de italianos, japoneses, portugueses, alemães e espanhóis.

Neste sábado (25), aniversário da cidade, o espaço vai homenagear estrangeiros de uma leva mais recente de migração para cá, com uma feira gastronômica reunindo chefs da Venezuela, Síria, Colômbia, Peru, México e Camarões.

O mercado, que foi remodelado recentemente e ficou mais sofisticado – com pizzaria napolitana, cevicheria de chef badalado e loja de Alex Atala dividindo o espaço com bancas de frutas–, vai receber a feira como atividade de encerramento de um evento internacional chamado Expedição Foggo, que começou no dia 18, com a presença de chefs estrelados do Brasil e de fora.

Entre as comidas vendidas, todas a preços entre R$ 20 e R$ 25, estão arepas venezuelanas, ceviche peruano, nachos com guacamole mexicanos, sanduíche de falafel sírio, patacones colombianos e fufu com molho de espinafre camaronês.

Arepa venezuelana, à base de farinha de milho e com vários recheios (Foto: Divulgação)

 

A feira começa no fim da tarde (às 18h) e vai até as 23h. Haverá show da artista Léla Simões.

Segundo o coordenador da expedição Foggo, o chef gaúcho Marcos Livi, a partir de março a “Feira de Refugiados no Mercado de Pinheiros” se tornará semanal, realizada todos os domingos.

Feira gastronômica de imigrantes no Mercado Municipal de Pinheiros (R. Pedro Cristi, 89). Sáb. (25), das 18h às 23h. Grátis. 

 

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‘Hallaca’: prato símbolo do Natal da Venezuela é especialidade de imigrante em SP https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/2019/12/24/hallaca-prato-simbolo-do-natal-da-venezuela-e-feito-por-imigrante-em-sp/ https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/2019/12/24/hallaca-prato-simbolo-do-natal-da-venezuela-e-feito-por-imigrante-em-sp/#respond Tue, 24 Dec 2019 14:28:54 +0000 https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/files/2019/12/c6bd119c4119ef8e354a96115fcebe736c5b1dca842d80c4f1b628fe1c1827dd_5dd96c2cbcb6f_Easy-Resize.com_-300x215.jpg https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/?p=170 Na Venezuela, além do presépio, da árvore e do Papai Noel, um dos grandes símbolos do Natal é a hallaca: uma massa de milho envolta em folhas de bananeira, parecendo uma pamonha, recheada com um guisado à base de vários ingredientes. Mais do que a comida em si, o ritual do preparo é o mais marcante nesse prato. A tradição é que toda a família se una para prepará-lo, cada um sendo responsável por uma parte do processo. 

A venezuelana Carmen López, uma das muitas imigrantes que vieram recentemente para o Brasil fugindo da crise humanitária, especializou-se em fazer esse prato em São Paulo. 

Formada em administração, ela estudava direito e era gerente-geral de uma grande rede de lojas em seu país. Chegou a São Paulo sozinha, em 2016. Achou que o mercado de trabalho seria mais fácil aqui. Foi atendente de lanchonete e garçonete, até que decidiu viver de fazer hallacas por encomenda. 

Ela conta que a história das hallacas começa na época da colonização espanhola. “Os índios, que se tornaram escravos, pegavam as sobras da comida dos espanhóis, misturavam com uma massa, que na época era de trigo, e envolviam em folha de bananeira. E assim foi evoluindo”, diz.

 

As hallacas vêm embrulhadas em folhas de bananeira (Foto: Nehopelon/Stock.Adobe)

Os recheios que Carmen faz misturam carne de porco, de frango e de boi, verduras diversas e ingredientes como alcaparras e azeitonas. Na hora de comer, basta jogar o embrulhinho em uma panela com água quente, retirar e abrir o envoltório. 

“Você sente esse espírito do Natal, porque todo mundo da família faz junto. Participam a avó, a filha, o neto. Um se encarrega de picar a carne; outro, as verduras; outro, de arrumar as folhas de banana da terra; o outro amarra a linha, e por aí vai. É algo que você lembra por toda a vida.”

No caso dela, essa magia natalina dura o ano todo. A venezuelana entrega os pedidos em estações de metrô e também faz comida para eventos. 

Você pode conhecer outros venezuelanos que vendem comida típica em São Paulo neste link.

Carmen López- Hallaca Yo
facebook.com/hallacayo.comida
(11) 98768-7893

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Conheça refugiados que fazem comida por encomenda para Natal e Ano-Novo https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/2019/12/18/refugiados-fazem-comida-por-encomenda-para-natal-e-ano-novo-conheca-8/ https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/2019/12/18/refugiados-fazem-comida-por-encomenda-para-natal-e-ano-novo-conheca-8/#respond Wed, 18 Dec 2019 15:31:44 +0000 https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/files/2019/12/razancomidaarabe-300x215.jpg https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/?p=139 Pastinhas sírias ou pãezinhos paquistaneses para as entradas da ceia de Natal? Torta venezuelana de sobremesa? Finger food peruana para a festa de Ano-Novo? Quem quiser variar o cardápio das festas de fim de ano pode encomendar comida de alguns dos muitos refugiados e imigrantes que recorreram à culinária para recomeçar a vida no Brasil. Veja oito opções em São Paulo.

Razan Comida Árabe

Kibe recheado (Foto: Divulgação/Razan Comida Árabe)

No Brasil desde 2014, a síria Razan Suliman faz por encomenda salgados, pastas como homus e coalhada e pratos como a carne no molho de coalhada e o arroz com carne, berinjela e amêndoas. O cardápio também tem os tradicionais doces sírios, como o ninho de nozes e de pistache.

facebook.com/razancomidaarabe/
Tel. (11) 99880-8496 

Hallaca Yo

A venezuelana Carmen Lopez com as hallacas (Foto: Rubens Cavallari/Folhapress)

A venezuelana Carmen Lopez se especializou em um prato de Natal venezuelano, a hallaca: massa de milho recheada e envolta em folhas de bananeira que pode vir com vários recheios (frango, porco, carne vermelha, verduras, abacate, queijo etc.). Ela também faz por encomenda outro quitute natalino de seu país, o pan de jamón —pão recheado de presunto, passas e azeitonas.

facebook.com/hallacayo.comida
(11) 98768-7893

Omaysh Comida do Paquistão

Pratos paquistaneses do Omaysh (Foto: Divulgação)

No Brasil desde 2016, a paquistanesa Ayesha Saeed vende por encomenda pratos da culinária de seu país e da Índia. Entre as opções, samosa de legumes (espécie de pastel típico) com molhos orientais, pães paquistaneses assados na hora e carne de boi, frango ou carneiro lentamente cozida com ossobuco em especiarias. Há pratos pouco ou nada apimentados e opções para veganos e vegetarianos, como o veg curry.

instagram.com/comidadopaquistao/
(11) 94299-4130

Limar Comida Árabe

Os sírios Omar Suleibi e Kenanh Neimi, que fazem pratos por encomenda (Ronny Santos/Folhapress)

O negócio foi batizado com o nome da filha do sírio Omar Suleibi, que é de Damasco e está no Brasil há cinco anos. Entre as opções do cardápio, há clássicos como tabule, esfihas, kibe cru e kafta, além de sanduíches, sopa de lentilhas e o Limar Prato Especial, feito com frango e vegetais.

instagram.com/limarcomidaarabe/
(11) 94897-4258

Cena

Ceviche feito pelo peruano Victor Lopez (Foto: Divulgação)

A celebrada culinária peruana pode ser encomendada do cozinheiro Victor Lopez, que vive no Brasil desde 2014. Entre as opções, na forma de pratos ou finger food, há ceviche clássico ou vegetariano (de beterraba, pepino e avocado), salada de três quinoas com tangerina e causa com tartar de peixe do dia com maionese de ervas frescas. Ele também trabalha como personal chef e oferece vale-aulas de culinária como presente.

facebook.com/cenacozinha/
instagram.com/
cenacozinha
Tel. (11) 97572-5421

Tentaciones da Venezuela

O pan de jamón (pão de presunto) é típico do Natal venezuelano (Foto: Divulgação/Tentaciones da Venezuela)

Moradora de São Caetano, a venezuelana Yilmari de Perdomo faz pratos típicos como pernil ou frango temperado, pão de presunto, hallacas (massa de milho recheada) e salada de frango com batata, maçã e cenoura. De sobremesa, torta negra de Natal (feita com castanhas, uísque e frutas cristalizadas) e doce de papaia verde.

facebook.com/tentacionesdavenezuela/
Tel.
(11) 94932-7060

Talal Culinária Síria

Comidas feitas por Talal Al Tinawi (Foto: Divulgação)

A família do sírio Talal Al Tinawi, que já teve um restaurante na zona sul, hoje trabalha com comida para entrega e almoços e jantares organizados em sua casa. Os pratos podem ser encomendados separadamente ou em pacotes com um preço fechado por pessoa. Salgados como esfiha e kibe vêm também na versão mini.

facebook.com/talalculinariasiria
instagram.com/talal_culinaria_siria/

Tel. (11) 96622-1305

Nossa Janela

Arepa, feita com milho, é típica da Venezuela (Foto: Karime Xavier/Folhapress)

Os venezuelanos Carlos Escalona e Marifer Vargas fazem sanduíches orgânicos, arepas (discos de farinha de milho recheados) e outros pratos para eventos e por encomenda. Para o Natal, oferecem o pan de jamón (pão de presunto) e a torta negra, dois quitutes típicos desta época do ano em seu país.

facebook.com/nossajanelasp/
instagram.com/nossajanelasp/
(Tel. (11) 94646-9511 

 

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O que é chicha morada, receita peruana que mais bombou nas buscas do Google no Brasil https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/2019/12/12/o-que-e-chicha-morada-receita-peruana-que-bombou-nas-buscas-do-google-no-brasil/ https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/2019/12/12/o-que-e-chicha-morada-receita-peruana-que-bombou-nas-buscas-do-google-no-brasil/#respond Thu, 12 Dec 2019 13:55:25 +0000 https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/files/2019/12/d83f66326c5a1bea84f1605a5349ffa5bbabef3532ed5c021b9840e5556257b7_5df16509d8e6f_Easy-Resize.com_-1-300x215.jpg https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/?p=125 O Google divulgou nesta quarta (11) os termos que mais bombaram nas buscas no Brasil em 2019, e um deles surpreendeu muita gente: a lista das receitas é encabeçada pela chicha morada, bebida peruana pouco conhecida por aqui e feita com um ingrediente superdifícil de encontrar. Ficou à frente de clássicos nacionais como o fricassê de frango e o geladinho gourmet.

Como sempre, o Twitter reagiu, intrigado, e também trouxe a resposta. Alguns internautas sugeriam que o responsável pelo interesse súbito é o quadro “Quem quer ser um milionário?”, do programa de Luciano Huck, na Rede Globo, que em 13 de julho apresentou essa pergunta a uma participante —ela errou a resposta, perdendo dezenas de milhares de reais e dando adeus ao sonho de comemorar as bodas de ouro em Paris. 

De fato, a data do programa coincide com um aumento expressivo de buscas do termo, segundo informações do Google, que registrou um pico naquela semana. Importante dizer que a lista divulgada não é dos termos mais buscados do ano, mas dos que mais tiveram aumento de 2018 para 2019.

Conversei com o peruano Victor López, que vive em São Paulo desde 2014, para saber mais sobre a chicha. Ele é cozinheiro e dono da Cena Cozinha, empresa de personal chef, workshops e comida por encomenda para eventos privados e corporativos.

“De todos os meus clientes brasileiros nestes anos, acho que três conheciam e pediram que eu incluísse a chicha morada no menu”, contou, também surpreso com a alta nas buscas. 

Já no Peru a chicha é megapopular. “Todo mundo consome, a qualquer hora do dia, com qualquer tipo de comida. É uma bebida muito refrescante”, afirma Victor. 

A chicha é feita com um milho roxo típico da região andina (“morado” significa “roxo” em espanhol). Em São Paulo, não é fácil de ser encontrado, mas pode-se tentar nos comércios de imigrantes bolivianos na rua Coimbra, no Brás, e na praça Kantuta. 

Existe também uma versão em pó, industrializada —mas não é a mesma coisa, obviamente.  

Para fazer a chicha morada, ferve-se o milho roxo com cravo e canela (foto: Adobe Stock)

A receita básica é simples: Ferva água com cravo e canela em uma panela grande e coloque o milho roxo (três para cada litro, em média). Após cerca de meia hora ou quando os grãos de milho estiverem se abrindo, tire do fogo. Coe, acrescente gotas de limão e leve à geladeira. Adoce a gosto (com açúcar, adoçante ou mel). Sirva gelado. 

É comum fazer variações com frutas. Podem ser acrescentadas maçã, pêssego, maracujá, casca de abacaxi ou laranja à água da fervura. Depois, bata no liquidificador as frutas com um pouco da chicha, coe e acrescente à bebida. 

As receitas com mais alta nas buscas do Google em 2019

1-Chicha morada

2-Fricassê de frango

3-Bacalhau no forno

4-Geladinho gourmet

5-Bolo de laranja

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‘Catering cultural’: empresas contratam chefs imigrantes para eventos de fim de ano https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/2019/11/29/catering-cultural-empresas-contratam-buffets-de-imigrantes-para-eventos-de-fim-de-ano/ https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/2019/11/29/catering-cultural-empresas-contratam-buffets-de-imigrantes-para-eventos-de-fim-de-ano/#respond Fri, 29 Nov 2019 10:30:25 +0000 https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/files/2019/11/raizes_na_cidade_junho_2019-25_Easy-Resize.com_-300x215.jpg https://babelpaulistana.blogfolha.uol.com.br/?p=85 Empresas que querem dar um toque multicultural aos eventos de fim de ano podem contratar um tipo diferente de buffet para seus eventos: comidas do mundo feitas por imigrantes.

Há vários estrangeiros que oferecem esse tipo de serviço em São Paulo. Alguns já trabalhavam como cozinheiros em seus países; outros recorreram à culinária típica e a receitas de família como uma forma de recomeçar a vida por aqui.

A ONG Migraflix reuniu um grupo deles em um serviço que foi batizado de “catering cultural”. Os imigrantes recebem treinamento profissional em gastronomia, legislação, normas de higiene, educação financeira e outras competências de empreendedorismo. 

Uma equipe da organização cuida da logística e do controle de qualidade. “Trabalhamos com empresas grandes, muitas delas multinacionais, que exigem um serviço de alto padrão”, diz Jonathan Berezovsky, fundador e diretor da Migraflix e ele próprio um imigrante –nascido na argentina. Companhias como Facebook, Uber, Roche e Western Union já contrataram o serviço. 

Atualmente, o ‘catering cultural’ inclui em seu cadastro 16 chefs de nove países. Tem arepas venezuelanas (escrevi uma reportagem sobre esse tipo de comida aqui), quitutes sírios, ceviche peruano, além de opções da Bolívia, Colômbia, Índia, México, Paquistão e Uganda. Dependendo da quantidade de participantes, dá para contratar comidas de mais de um país em um mesmo evento.

O diferencial, diz Jonathan, é a possibilidade de interação dos imigrantes com os convidados. São eles que servem as comidas e podem conversar com quem se interessar em saber mais sobre sua história. “É toda uma experiência, uma viagem pelo mundo experimentando sabores e um compartilhamento cultural”, afirma.  

Segundo ele, a demanda aumenta no fim do ano,  principalmente para eventos grandes, para mais de cem pessoas. No ano que vem, o plano é expandir dentro e fora de São Paulo e começar a oferecer o serviço em outras capitais.

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